Brasília,
a capital federal, é uma cidade de muitos segredos. Alguns, pouco
importam, mas nos fustigam a vida, dia a dia, numa trapaça repetitiva e
nauseante. Mas outros segredos...
Há um pequeno restaurante no
sudoeste com uma cozinha muito boa. Os almoços são concorridos, esquema
buffet e ó, uma beleza. Mas pouquíssima gente sabe do segredo que aquele
lugar alberga... Um segredo capaz de mudar mundo,
rumo, prosa, cantiga, amor, bicuda e tudo. Um segredo guardado
originalmente a onze chaves. Mas que hoje, só pelo que me recordo, já
tem umas quinze, desesseis.
Era dois mil e cinco e qualquer
cousa. Na verdade, se for ser fiel mesmo aos fatos todos, o que sempre é
impossível, era antes disso, era noventa e fins. Era copa. Era um
bolão, desses que se aposta em resultado de jogos, entre amigos. Nada
ilegal, só razão para saber quem vai pagar a rodada. Mas o bolão gerava
conversas, cervejas, paria correspondências eletrônicas com tirações de
sarro, narrativas, samba, rock e muita marmelada. Virou blogue...
Chamaram na época de "Bolonistas", um trocadário com bolõesnistas e
botão, futebol de botão.
O fato é que eram amigos, amigos de
amigos, que ficaram amigos. Aquele papo lousa de moleque, sacanagem
concurso de piroca, futebol. Pataquadas, opiniões sobre tudo e lá se vão
razões e razões para mais um chope. A copa de 2006 alguém teve ideia:
"Vamos escrever a nossa Copa". E foi, e foi, e foi. Todos os jogos foram
relatados, sumulados, cronicados, antes deles mesmos. O resultado foram
delícias, cremes, pão de ló, torresmo, linguiça calabresa e mais,
cerveja, chope e até umas branquinhas. Toda a copa. E ouso dizer, com o
pecado da imodéstia, que aquela copa foi deveras melhor, mas um deveras
tipo presidente - minto, um deveras tipo imperador Palpatine, super
máximo deveras - que a copa original. A final do certame foi um Brasil e
Portugal, mágico. O time do Parreira, sabemos, foi um fiasco bíblico,
com toques do Sodoma e Gomorra.
Pois bem... o segredo é que
naquele restaurante existe uma espécime de santuário, que se abre apenas
poucas vezes, pouquíssimas, em verdade, em que os Bolonistas, mais uns
outros cabras de um outro blogue, se reúnem para discutir como dominar o
mundo. O problema é que na primeira parte da reunião o tema futebol
acaba sempre por adiar a conquista global, o que infelizmente mantém a
ONU como uma mediadora ineficaz de conflitos, e potências globais
desmoralizadas. Mas sabemos todos que a canjica não vai ser doce no
Brasileirão.... Um futebol de maracutaias e de qualidade técnica assaz
perturbadora, com viés de baixa.
Bom escrevi essas linhas todas
para dar um abraço virtual na confraria. Com gosto de saudade, não só
da copa que finda. E com vontade de espumar a guela em breve.
Meninos, amo vocês tudo.
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