Muito se falará de Brasil e Colômbia. Muito. Da classificação. Da camisa.
De um árbitro péssimo, frouxo, conivente, cretino. Tivesse pulso e amarelado, desde o primeiro tempo, as ríspidas disputas de bola entre os times talvez não perderíamos Neymar. A entrada imprudente e maldosa do zagueiro colombiano poderia, sim, ter sido evitada. E o pior, feita, sacramentada, não teve nenhuma sanção. Cagalhão, o juiz.
Falaremos da zaga brasileira. Falaremos do bom primeiro tempo. Sofreremos pelo camisa dez, um sofrimento sofrido, mesmo para quem possa ter sei lá quais diferenças com o craque. Me incluo aqui. Mas perde o futebol, perde muito. Mais do que o Brasil. Muito mais. Que se recupere bem. Com a calma necessária. Se estamos na semifinal muito e muito se deve ao menino.
Mas quero
relembrar outro momento do jogo. Trinta e poucos minutos. Primeiro
tempo. Na tevê o jogo seguia, já um a zero. No rádio, a bola rolava.
Saiu para a lateral.
Nada no mundo tem mais gosto de bala suprasumo, de futebol no intervalo entre aulas, de sorriso, do que a voz de José Silvério. Nas minhas memórias, Silvério é um trunfo. Gosto de imaginar os jogos que não vi na voz do locutor da Pan, com comentários de Orlando Duarte, o eclético, reportagens de Vanderlei Nogueira e Cândido Garcia. Era assim, assim mesmo, que eram meus domingos, minhas quartas a noite. "A bola pedindo me chuta, me chuta, me chuta... ele veio e encheu o péeeeeeee!". Sim, Osmar Santos e a gorduchina, o balão de Fiori. Mas a narração no meu radinho sempre escolhe o Silvério, depois é que buscamos o São Paulo noutras emissoras.
Silvério está na rádio Bandeirantes. A equipe de transmissão é outra. A voz também. Mas ele ainda narra o jogo em cima da bola, como diria o Chacrinha. Por causa dele levo o rádio para ouvir os jogos. A tevê ligada e a voz dele lá, zunindo o lance e soltando a voz. O rádio está sempre um cadinho na frente do lance da tevê, porque o rádio está sempre na jogada, em pleno estádio. A imagem necessita de umas mágicas para virar onda e entrar em tubos, buracos, fios, parafernálias e cousas deste tipo. "Pra fooooora!". No rádio o jogo é. Na imagem, foi.
Aos trinta e pouco minutos, a voz faltou. Aos trinta e poucos minutos Silvério pediu permissão para deixar outro narrar, porque a rouquidão implacável o marcava, agonia, a voz não saía. Fiquei ali esperando ele voltar, até o final do jogo. Não voltou. Provavelmente um chá de limão, algum descanso, alguma mandinga e ele volta. Mas hoje, hoje, não voltou. Por mais que isso possa parecer bobo, diante de todo o resto, do jogo, da bola, do trem todo, me atacou as nostalgias, as lembranças, os carinhos todos. E quis muito e mais uma vez o mundo parar.
"Booooola rolando no Morumbi."
Nada no mundo tem mais gosto de bala suprasumo, de futebol no intervalo entre aulas, de sorriso, do que a voz de José Silvério. Nas minhas memórias, Silvério é um trunfo. Gosto de imaginar os jogos que não vi na voz do locutor da Pan, com comentários de Orlando Duarte, o eclético, reportagens de Vanderlei Nogueira e Cândido Garcia. Era assim, assim mesmo, que eram meus domingos, minhas quartas a noite. "A bola pedindo me chuta, me chuta, me chuta... ele veio e encheu o péeeeeeee!". Sim, Osmar Santos e a gorduchina, o balão de Fiori. Mas a narração no meu radinho sempre escolhe o Silvério, depois é que buscamos o São Paulo noutras emissoras.
Silvério está na rádio Bandeirantes. A equipe de transmissão é outra. A voz também. Mas ele ainda narra o jogo em cima da bola, como diria o Chacrinha. Por causa dele levo o rádio para ouvir os jogos. A tevê ligada e a voz dele lá, zunindo o lance e soltando a voz. O rádio está sempre um cadinho na frente do lance da tevê, porque o rádio está sempre na jogada, em pleno estádio. A imagem necessita de umas mágicas para virar onda e entrar em tubos, buracos, fios, parafernálias e cousas deste tipo. "Pra fooooora!". No rádio o jogo é. Na imagem, foi.
Aos trinta e pouco minutos, a voz faltou. Aos trinta e poucos minutos Silvério pediu permissão para deixar outro narrar, porque a rouquidão implacável o marcava, agonia, a voz não saía. Fiquei ali esperando ele voltar, até o final do jogo. Não voltou. Provavelmente um chá de limão, algum descanso, alguma mandinga e ele volta. Mas hoje, hoje, não voltou. Por mais que isso possa parecer bobo, diante de todo o resto, do jogo, da bola, do trem todo, me atacou as nostalgias, as lembranças, os carinhos todos. E quis muito e mais uma vez o mundo parar.
"Booooola rolando no Morumbi."
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